Cultura

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Em comemoração ao mês da mulher, a Associação Cultural de Capoeira Gangara, grupo residente da Casa do Benin, promove a roda de conversa "Mulheres na capoeira: Uma construção de movimentos, cultura e ancestralidade". O evento acontece nesta terça-feira (28), às 18h, na Casa do Benin, localizada na Rua Padre Agostinho Gomes, 17, Pelourinho. O papo terá mediação da professora de capoeira Francine Simplicio, também conhecida como Professora Bizonha, e conta com a participação da Mestra Lilu. 

A ideia do encontro é promover, através do diálogo, reflexões sobre a presença da mulher na capoeira e como se dá historicamente a participação delas neste universo. O bate-papo também irá abordar sobre o protagonismo das mulheres no combate ao preconceito racial e ao machismo, além de falar sobre o momento atual, que permite às mulheres fomentar e falar sobre cultura e ancestralidade. 

“É de suma importância que a gente traga essas discussões de gênero para o ambiente da capoeira, por ser um ambiente muito masculino. É importante que a gente incentive e que as pessoas discutam, conversem e façam reflexões sobre esse tema, não só no mês de março, mas no ano todo”, declara Franciane Simplicio. 

A professora também comentou sobre a capoeira ser muito mais que um esporte. “É cultura, é arte, é uma ferramenta pedagógica, educativa e cultural. Através dela a gente desenvolve diversas ações para formação de pessoas”. 

Preservar a cultura – Criada em 2000, por Alcidinaldo Souza de Jesus, mais conhecido como Mestre Nal, a Associação Cultural de Capoeira Gangara é uma entidade sem fins lucrativos, que tem como objetivo trabalhar e expandir o social, a educação e a cultura afro-brasileira, utilizando métodos e conteúdos que potencializam a formação crítica dos seus alunos. 

O Grupo Gangara possui filiais nos bairros de Paripe, Engomadeira e Pelourinho, e nos municípios de Simões Filho e Araci. Ministra, além disso, aulas na Argentina e na França, como forma de preservar e difundir a cultura afro-brasileira pelo mundo.

 

Texto: Carlos Alberto Ribeiro/Secom

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Em um importante ponto de Salvador, onde a Cidade Alta e a Cidade Baixa se encontram, há uma praça para onde ruas e locais históricos convergem. De lá, é possível ir a pé ao Curuzu, lar do Ilê Aiyê, ao São Caetano, por onde os combatentes do 2 de Julho passaram, e à Calçada, onde nasceu a malha ferroviária da capital baiana. Por séculos, essa praça era conhecida apenas por Largo do Tanque, mas há alguns anos o local recebeu um sobrenome libertador: Luís Gama, o jurista autodidata que se dedicou a libertar centenas de negros escravizados no país e é o patrono da abolição da escravatura no Brasil.

Curioso que hoje as milhares de pessoas que transitam diariamente pela Praça Largo do Tanque Luís Gama observam o enorme busto do advogado, jornalista e educador baiano, localizado no centro dela, mas não conhecem os feitos do homenageado. “Eu já li um pouquinho ali no busto, mas não sabia disso tudo, não”, diz o pipoqueiro Claudemiro Lima, que trabalha no local há sete anos, logo após a reforma, porque viu o movimento crescer.

Revitalizada pela Prefeitura de Salvador em dezembro de 2015, a praça está muito viva, com mudanças que trouxeram mais qualidade de vida aos moradores da região e deixaram para trás o clima de insegurança no local. Hoje, a área tem quadra poliesportiva, um campinho de areia, equipamentos de ginástica, parque infantil, pista de caminhada, ciclovia, mesas para jogos de salão e coreto.

Rosemeire Silva, de 54 anos, trabalha vendendo empréstimos na área de convivência e lazer. “Oxe, aqui tem gente o dia todo, é muito movimentada porque é uma rotatória para todos os lugares”, diz. Contribui para isso também os dois canteiros exclusivos para pontos de ônibus que foram criados de cada lado da praça após a reforma de 2015, organizando o tráfego, além das várias ruas que desembocam no vale que é o Largo do Tanque.

Porém, nem sempre foi assim. Há uma espécie de unanimidade de que, antes da reforma, o local era evitado por ser perigoso. Morador da Avenida Nestor Duarte, em São Caetano, Walter Lima estava descansando no coreto e falou sobre o local. “Nunca mais ouvi falar de briga, de morte, dessas coisas que tinham antigamente. Mas o pessoal precisa parar com o vandalismo na praça, isso é coisa de gente que não tem visão. É dinheiro do nosso bolso. Depois fica reclamando que não tem área de lazer”, reclama.

Péricles Ávila também morava em São Caetano, mas evitava passar pelo Largo do Tanque. Mudou-se do bairro antes da reforma. Hoje, vive uma situação curiosa: frequenta a atual Praça Luís Gama sempre que visita os amigos de longa data. “Esse lugar ficou harmonioso depois da revitalização. Você chega lá no final de semana e vê os pais levando as crianças para brincar no parquinho. À noite, armam barraca para vender acarajé, churrasquinho… Tornou-se um lugar ocupado pela população mesmo, e não pela bandidagem”, relata.

Perfil – Luís Gonzaga Pinto da Gama nasceu em 1830 em Salvador, na Rua do Bângala, em Nazaré, próximo à Igreja da Palma. Filho de uma negra alforriada e de um branco, o garoto negro nasceu livre. Porém, foi vendido como escravo aos 10 anos pelo próprio pai, afundado em dívidas criadas pelo vício em jogos de azar. Segundo o próprio Luís, sua mãe foi Luiza Mahim, africana que lutou na revolta da Sabinada, que ocorreu em Salvador em 1837.

Negociado a um comerciante de escravos, o garoto foi obrigado a rodar por anos pelo interior do Rio de Janeiro e de São Paulo, sem nunca ser comprado. À época, os negros baianos eram mal vistos por serem considerados revoltosos. Acabou trabalhando na casa deste comerciante, onde aprendeu a ler aos 17 anos com a ajuda de um estudante de Direito que era hóspede do patrão.

A educação o libertou, literalmente. Alfabetizado, Luís conheceu as leis e a injustiça que lhe havia sido cometida e conseguiu judicialmente a sua liberdade da escravidão. Foi a sua primeira vitória na Justiça e um prenúncio do que estava por vir. Logo, mudou-se para a capital paulista, onde serviu à força militar, entidade de segurança pública da época.

Como poucos da força militar sabiam ler, Luís foi nomeado escrivão do órgão e teve contato ainda mais profundo com as leis. Autodidata, estudou a legislação e frequentou a Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, uma das poucas instituições de ensino da época e, até hoje, uma das mais renomadas da área no Brasil.

Porém, ser aluno de fato não lhe era permitido por ser negro. Por isso, assistiu às aulas como ouvinte. Luís decidiu então tornar-se um rábula, ou seja, um profissional que não é formado em Direito mas que possui profundo conhecimento jurídico e pode advogar nos tribunais.

Assim, deu início ao seu legado. Como rábula, dedicou-se a libertar na Justiça outros negros que, assim como ele um dia, estavam escravizados. Até 1882, quando faleceu, Luís já havia conquistado a liberdade de pelo menos 500 pessoas. Mais do que isso, ajudava os negros recém-libertos a encontrarem casa e trabalho.

Sua luta não ficou restrita aos tribunais. Luís foi um dos fundadores do jornal satírico Diabo Coxo, além de ter escrito para outros jornais paulistas. Em seus textos, defendia de forma inflamada o fim da escravatura no Brasil e era um crítico feroz da monarquia e do regime escravocrata. Ciente do papel que a educação teve em sua liberdade, ainda fundou uma escola gratuita para que crianças e adultos negros pudessem ser alfabetizadas.

Seus julgamentos em prol dos escravizados eram comentados em todo o país. Seus textos e suas ideias abolicionistas, também. Numa carta, escrita pouco antes de falecer, Luís disse ter perdido a conta de quantas vezes foi ameaçado de morte. “Todo esse ativismo humanista tornou Luís Gama uma das pessoas mais conhecidas e influentes do Brasil à época. E, também, uma das mais perseguidas pelos escravocratas”, diz o historiador Murilo Mello.

“Estamos falando de meados do Século XIX, e naquela época Luís já entendia que a educação é libertadora. Sendo negro, vendido pelo pai como escravo, com toda esse passado de abandono, tendo estudado Direito como autodidata, é incrível a sua força e o que ele conquistou. Luís Gama é, sem dúvidas, uma das pessoas mais importantes da história brasileira e deve ser lembrado sempre”, completa.

Luís Gama morreu em 24 de agosto de 1882, vítima de diabetes. “O enterro dele foi uma comoção em São Paulo. Estima-se que cerca de 10% da população da cidade na época compareceu ao seu velório, para se ter uma ideia do quanto ele influenciou e impactou as pessoas numa época em que não havia rádio, TV e internet”, destaca Mello.

O libertador de escravos, portanto, não vivenciou a Lei Áurea, de 1888, que acabou com a escravidão no Brasil. No entanto, os historiadores consideram que Luís Gama é a própria natureza encarnada da lei, por ter aplicado os seus efeitos, através da sua luta, muitos anos antes. É, inclusive, o único intelectual do movimento abolicionista a ter, de fato, sofrido os efeitos perversos da escravidão.

“Luís é a pessoa mais relevante da luta abolicionista da segunda metade do século XIX. Ele quebra toda aquela ideia de que a abolição foi feita pela Princesa Isabel e por intelectuais brancos. Nada disso. A luta da sociedade civil, especialmente de negros, foi fundamental. E Luís Gama foi um dos mais atuantes nessa linha”, resume o historiador Murilo Mello.

Homenagens – O legado de Luís Gama tem recebido uma série de homenagens na última década. Em 2015, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) concedeu-lhe o título de advogado. Em 2017, a Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, hoje parte da Universidade de São Paulo (USP), batizou uma de suas salas com o nome do abolicionista.

Em 2018, Luís Gama foi inscrito no Livro de Aço dos Heróis Nacionais, depositado no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves. Em 2021, a USP concedeu-lhe o título de doutor honoris causa.

Reportagem: Vitor Villar/Secom

 

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Nesta quarta-feira (29), quando Salvador celebra Salvador 474 anos, o Doca1 promoverá uma ocupação que vai debater caminhos para potencializar negócios voltados à economia criativa. O evento, intitulado “Ocupa Doca1 - As trilhas para uma Salvador criativa”, é gratuito e ocorrerá das 9h30 às 12h, no espaço, situado na Avenida da França, no Comércio. Não é necessário inscrição prévia.

O evento reunirá personalidades que são referências para o setor, a fim de debater estratégias que podem ser desenvolvidas na capital. Vão participar do bate-papo o publicitário cofundador da Vale do Dendê, Paulo Rogério; o presidente da Fundação Gregório de Mattos (FGM) e membro do Conselho Curatorial do Doca1, Fernando Guerreiro; a gestora cultural e professora do Núcleo de Pós-Graduação em Administração (Ufba), Daniele Canedo; o pesquisador e coordenador do Observatório Estadual de Economia Criativa-Bahia, Messias Bandeira; o artista plástico e editor da Caramurê, Fernando Oberlaender; e o diretor de conteúdo e gerente de projetos da Califórnia Media House, Will Brandão.

A diretora artística do Doca1, Livia Cunha, explicou que o evento foi pensado para celebrar o aniversário da capital baiana através da criatividade, característica marcante de Salvador, além de também apresentar o espaço ao público soteropolitano. “Nossa proposta é promover um encontro aberto ao público, em que colaboradores da Doca1 possam compartilhar com todos os planos e expectativas para o espaço, que em breve será ativado. Vamos falar sobre projetos, ideias, ocupações propostas, publicações e pesquisas previstas para acontecerem na Doca1. É uma forma de nos aproximarmos do público”, detalhou.

A gestora também ressaltou a importância do evento para fomentar a economia. “Esperamos alcançar um público ligado à economia criativa da cidade e do entorno, que, uma vez que tomem conhecimento das instalações, serviços e projetos a serem realizados no Doca1, possam propor outras atividades ou parcerias”, finalizou Livia.

Inovação e cultura – Para Fernando Guerreiro, o Ocupa Doca1 vem com o intuito de reforçar a necessidade de se formar um grande movimento no local. “Este evento pode ser um marco regulatório e significar a abertura oficial dos trabalhos sequenciados do espaço. O que precisa agora é transformar o que se fala em ação, provocando o início imediato dos trabalhos”, pontuou.

Estrutura – O Doca1 – Polo de Economia Criativa é um dos primeiros equipamentos do país que reunirão inovação e cultura para impulsionar a economia. A ideia é que dentre as atividades o espaço possa incentivar novos talentos, promover a qualificação de mão de obra criativa da cidade e aproximar empresas e trabalhadores envolvidos com o capital intelectual, criativo e inovador.

Reportagem: Joice Pinho/Secom

 

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Assim como o carnaval, o samba e o futebol, a capoeira é um elemento representativo da identidade cultural do país. Ao longo dos últimos anos, essa expressão cultural afrobrasileira passou a contar com uma série de estímulos do município, para o incentivo à prática e à transmissão de saberes da arte-luta, através de editais, prêmios, projetos em comunidades carentes e escolas públicas. E mais novidades vêm por aí.

Até o final de abril, durante o período de comemorações dos 474 anos de Salvador, a Prefeitura dará início à construção de uma arena, na Praça Marechal Deodoro (também conhecida como Praça das Mãozinhas), no Comércio, que acolherá praticantes e admiradores da capoeira, vindos de todos os cantos mundo. Além de ser palco de rodas e apresentações, o espaço terá um monumento composto por quatro arcos de 12 metros de altura em aço, representando quatro berimbaus que se unirão ao topo, dando o formato de uma grande cabaça e uma espécie de templo.

No local ainda haverá dez esculturas, em homenagem a mestres capoeiristas , tocando os principais instrumentos musicais da roda da capoeira, além de mais duas estátuas, simbolizando a luta, na base central. Todas elas serão feitas em tamanho natural e confeccionadas em bronze. A nova arena será uma área destinada à realização de rodas de capoeira na capital baiana, como as tradicionais que já existem no Terreiro de Jesus, praças da Sé (Pelourinho) e Cairu (Comércio, além do Mercado de São Miguel (Baixa dos Sapateiros), tornando-se ponto de difusão da expressão cultural.

Além de ter as ruas como pano de fundo, a estratégia de propagar a capoeira na capital baiana tem alcançado crianças, jovens e adultos, em grandes espaços multiuso. O pequeno Lorenzo, de apenas 3 anos, teve seu primeiro contato com a prática, dentro do Centro de Artes e Esporte Unificado (CEU) de Valéria. O local tem quatro turmas de capoeira, que somam 40 alunos no total.

As atividades são conduzidas, às terças e quintas, pelo mestre Cabeção. “A região de Valéria é considerada carente, mas a capoeira vem mudando a vida de muitas crianças e jovens, fazendo-os alcançar o inimaginável. Num bairro onde muitos só conseguem enxergar violência, estamos trazendo de volta à população o prazer da cidadania, formando artistas, lutadores e professores”, reforça o professor.

A tia de Lorenzo, Jennifer Kellen Lopes de Jesus, 22 anos, foi quem levou o garoto para as primeiras aulas. “A mãe teve a ideia de colocá-lo para aprender um esporte e entendeu que a capoeira seria o mais adequado, inclusive para a formação dele”, conta ela.

A pouco mais de três quilômetros de distância dali, no Subúrbio 360, em Coutos, mais de 100 pessoas participam das aulas gratuitas, aprendendo noções básicas e movimentos do gingado. “A capoeiragem é uma ferramenta socioeducativa, que proporciona educação e disciplina, além de trabalhar o corpo e a mente das crianças. Eu sou muito grato por contribuir para a educação da população aqui no Subúrbio. É um trabalho que já faço há 27 anos”, revela com orgulho o mestre Zé Pequeno. As aulas por lá acontecem sempre de segunda a quinta-feira.

Premiação – Diversas iniciativas relacionadas à memória e transmissão de conhecimentos da capoeira recebem incentivos por meio de aporte de recursos públicos. Uma das principais ações realizadas na capital baiana nesse sentido é o prêmio Capoeira Viva, criado em 2017 pela Fundação Gregório de Mattos (FGM). Só com essa política de valorização, o órgão já destinou mais de R$1 milhão em investimentos.

Na última edição, ano passado, R$300 mil foram direcionados a 16 projetos, como grupos de capoeira que se apresentam em ruas, praças e quadras; atividades de formação (oficinas, documentários e livros) e de intercâmbio (batizados, rodas de conversa e encontros de mestres). Foram selecionadas propostas que valorizavam a preservação dos elementos tradicionais da capoeira, como expressão cultural genuinamente afrobrasileira e que são realizadas em diferentes áreas de Salvador, como Parque da Cidade (Itaigara), Itapuã, no Nordeste de Amaralina, no Mercado São Miguel (Baixa de Sapateiros), Terreiro de Jesus (Pelourinho) e Campo Grande.

“O prêmio é uma iniciativa que mobiliza toda a cadeia cultural, assim como todos os agentes envolvidos com o saber fazer da capoeira. Uma das edições do Capoeira Viva, inclusive, foi voltada para as escolas municipais de Salvador”, conta o gerente de Patrimônio Cultural da FGM, Vagner Rocha.

Antes do prêmio ser instituído, entre 2014 e 2015, a fundação realizou um cadastramento da capoeira em Salvador. O objetivo foi de construir uma base de dados do segmento, servindo de fonte de pesquisa para estudiosos e de subsídio para a implementação de políticas públicas, voltadas à manifestação cultural.

Origem e legado – Arte-marcial, esporte, dança, música. A capoeira é uma manifestação cultural multifacetada, sendo caracterizada pela gestualidade corporal e sonoridade executada por um conjunto de instrumentos musicais (berimbaus, pandeiros, reco-reco, agogô e tambor), que traduzem cantigas em forma de corridos e ladainhas.

Historiador e doutor em Estudos Étnicos e Africanos, Josivaldo Oliveira explica que a capoeira passou por processos de evolução, sendo uma prática cultural que sintetiza elementos linguísticos e estéticos de vários grupos africanos, os quais foram trazidos para trabalho escravo no Brasil, entre os séculos XVI e XIX. Em terras brasileiras, a expressão incorporou ainda elementos dos povos originários (indígenas) e colonos europeus, tornando seu significado mais complexo.

A expressão, como conhecemos, se constituiu entre o século XVIII e XIX, quando homens e mulheres escravizados praticavam seus movimentos nos terreiros das fazendas e vias públicas das vilas, com o intuito de entretenimento. Entretanto, em momentos de necessidade, as habilidades corporais ganhavam outra conotação, para reagir contra toda e qualquer ameaça.

“Era corriqueiro um capoeira se defrontar com policiais e capitães do mato, em situações de tensão ou fuga do trabalho escravo. Por conta das habilidades corporais, logravam êxito. Por esta razão, as autoridades policiais e as próprias elites políticas procuraram controlar a capoeira, criminalizando-a”, relata o historiador.

Em 1890, a capoeira foi citada no Código Penal como crime, o que justificou encarceramento de muitos praticantes. Ao longo do século XX, a manifestação driblou a criminalização e ganhou status de esporte e cultura popular, alcançando no século XXI a condição de Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil (2008) e da Humanidade (2014).

“A capoeira reúne em termos de diversidade linguística e estética o que melhor representaria o Brasil, enquanto um país caracterizado por tamanha diversidade cultural. Ela não só canta o país em suas poesias orais, mas também em sua gestualidade corporal. Ou seja, a capoeira constitui uma leitura do que somos”, define o especialista.

Reportagem: Thiago Souza/Secom

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O prefeito de Salvador, Bruno Reis, lamentou neste domingo (26) o falecimento do compositor e humorista Juca Chaves, ocorrido na noite de sábado. O artista tinha 84 anos e há décadas deixou o Rio de Janeiro, onde nasceu, para viver na capital baiana.

"Que notícia triste neste domingo! Perdemos Juca Chaves, um artista completo, que misturava música e humor de uma forma ácida e divertida. Amou Salvador, da mesma maneira que cativou a gente com seu jeito único. Obrigado por tudo! Que Deus conforte seus familiares neste momento", publicou Bruno Reis nas redes sociais.

Juca Chaves estava internado no Hospital São Rafael, em Salvador, onde faleceu. Ele morava com a família no bairro de Itapuã. O velório está previsto para começar às 14h30 deste domingo, no Cemitério Bosque da Paz. O corpo do artista será cremado às 16h.

 

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Um voo de balão com vista para a Baía de Todos-os-Santos e região do Comércio. A iniciativa, inédita nos festejos do aniversário de Salvador, teve início nesta sexta-feira (24) e segue até o domingo (26), com a presença de grupos distintos escolhidos especialmente pela Prefeitura para representar a população.

Ancorado na Praça Cairu, no Comércio, o balão plotado com o tema do Festival da Cidade fará voos cativos das 15h às 19h no sábado, e a partir das 11h no domingo. No voo, cativo o balão fica ancorado ao chão, preso por cordas, subindo em torno de 50 metros, permanecendo um tempo no ar e descendo no mesmo local.

O balão poderá ser fotografado de perto e seus voos apreciados de baixo por qualquer pessoa. A vista da Baía de Todos-os-Santos, assim como das diversas edificações de nosso patrimônio histórico, a exemplo do Forte de São Marcelo, Elevador Lacerda, Museu da Música, Palácio Rio Branco, entre outros, poderão ser apreciadas do alto, no balão.

“Neste momento, depois de dois anos de pandemia, com tantas dificuldades que passamos, e nessa área cultural, de entretenimento, é bacana ter a oportunidade de ter um balão sobrevoando Salvador em frente ao Mercado Modelo e Elevador Lacerda. Essa ação é beneficente, com entidades importantes para a Prefeitura, representando toda a Salvador, e o objetivo é esse: celebrar e, ao mesmo tempo, valorizar o patrimônio histórico, celebrando os 474 anos da cidade”, disse o presidente da Saltur, Isaac Edington.

O coordenador da Confederação Brasileira de Balonismo – seção Nordeste, Fred Ferreira, conta que o projeto está em fase inicial na Bahia, mas já com vistas para expandir a iniciativa pelo estado. “Já temos a prática em Santo Antônio de Jesus, mas no Sul do Brasil é muito grande este projeto. Graças à Prefeitura, conseguimos trazer a iniciativa em 2023 e nossa ideia é disseminar o balonismo não só em Salvador, mas em toda a Bahia. É uma iniciativa interessante, da Prefeitura, de incluir as pessoas, homenageando aquelas que não têm tanta visibilidade no dia a dia, mas igualmente importantes para a sociedade”.

Felicidade – Mesmo com a frente fria que chegou à cidade, o tempo permitiu que, na tarde desta sexta, assistidos da Associação Educacional Sons do Silêncio (Aesos) participassem da ação. De acordo com Daiane Pina, diretora de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência (UPCD) da Secretaria Municipal de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre), o convite partiu da Saltur, e eles convidaram a associação.

“Entendemos que as pessoas com deficiência têm direito a esporte, lazer, cultura, aquilo que a Prefeitura proporciona. Eles estão ansiosos, eufóricos, e estamos felizes com a alegria deles. Escolhemos esses grupos, invisíveis, para que tenham acesso à cultura. As pessoas em situação de rua, assistidas pela Prefeitura, que nós quisemos trazer para que fossem lembradas também neste momento”, relatou.

Para Márcia Lemos, gestora da Aesos, esse momento é uma ação positiva. “Lembrar que esse público faz parte da sociedade, participando ativamente das ações que o poder público desenvolve é muito importante. Andar de balão pela primeira vez é uma expectativa grande e traz o sentimento de inclusão. Eles estão extremamente entrosados e felizes. O nosso professor aproveitou para trazer uma aula de História para eles nessa área aqui, e eles estão animadíssimos. Agradeço o convite da UPCD (Unidade de Pessoas com Deficiência), da Sempre (Secretaria Municipal de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esporte e Lazer), que é uma grande parceira”.

O jovem Cleber Nery, de 16 anos, é assistido da Aesos e não escondia a felicidade em ter participado do passeio. “Estou muito feliz, gostei demais, achei lindo ver a cidade do alto, muito maravilhoso, estou muito alegre. Foi algo diferente do meu dia a dia. Estava ansioso e depois que eu subi, foi só felicidade”.

A iniciativa tem apoio ainda da Empresa de Limpeza Urbana de Salvador (Limpurb) e Moura Dubeux, em parceria com a Confederação Brasileira de Balonismo. O Festival da Cidade teve início no dia 15 e segue até o dia 2 de abril com dezenas de ações ligadas à cultura, literatura, teatro, música, lazer e muito mais. Confira programação completa em www.festivaldacidade.salvador.ba.gov.br.

Reportagem: Ana Virgínia Vilalva/Secom

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Para comemorar o aniversário de Salvador, a banda Jammil comanda, neste domingo (26), mais uma edição do projeto “Vamos Ver o Pôr do Sol”, na Ponta do Humaitá, a partir das 16h. O evento, aberto ao público, faz parte da programação do Festival da Cidade, promovido pela Prefeitura para celebrar os 474 anos da capital, a serem completados no próximo dia 29.

No repertório estarão sucessos como “Praieiro”, “Celebrar” e “Ê Saudade”, além das mais recentes “Coladinho”, “Tik Tok” e “Brasileiro é Torcida”. O vocalista da banda, Rafael Barreto, afirma que o projeto já é especial por toda a relação que o Jammil tem com a Ponta do Humaitá.

“Fazer esse show para comemorar os 474 de Salvador vai ser maravilhoso. Estou muito feliz em poder celebrar a cidade onde nasci e cresci, e levar para o público muito som. Com certeza será uma festa inesquecível para todo mundo, especialmente para mim. Estou esperando todo mundo domingo, para a gente curtir o Pôr do Sol mais bonito de Salvador”, convoca.

Demais atrações – Neste fim de semana, outras atrações também movimentam Salvador, dentro das celebrações pelo aniversário da cidade. Dentre elas estão as competições esportivas Bahia Paddle Festival 2023, no sábado (25) e domingo (26), no Porto da Barra, a partir das 8h; o Salvador 10 Milhas, com largadas do Rio Vermelho e do Comércio, em direção à Ponta do Humaitá, no domingo (26), a partir das 8h; e o Ciclovia Musical Salvador, que parte do Teatro Castro Alves, no Campo Grande, também no domingo (26), às 9h.

No Largo da Mariquita, no Rio Vermelho, acontece o show da cantora Mariene de Castro, que terá como convidados especiais As Ganhadeiras de Itapuã e Aloísio Menezes, às 19h. O público também poderá ver no sábado (25), das 15h às 17h, e no domingo (26), das 11h às 13h, o balão comemorativo do Festival da Cidade, na Praça Cairu, no Comércio, dentre outras atrações espalhadas pela capital.

O Festival da Cidade é promovido pela Prefeitura, através da Empresa Salvador Turismo (Saltur), e teve início no último dia 15. Até o dia 2 de abril, a cidade é palco de dezenas de ações ligadas à cultura, literatura, teatro, música, lazer e muito mais. Confira programação completa em www.festivaldacidade.salvador.ba.gov.br.

Reportagem: Ana Virgínia Vilalva/Secom

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O Festival de Stand Up Comedy da Cidade Baixa, contemplado pelo edital Arte Todo Dia – Ano VI, da Fundação Gregório de Mattos (FGM), está com inscrições gratuitas abertas até o próximo dia 31 e podem ser feitas através do link bit. ly/ 3K2kPIA. O projeto é contemplado pela iniciativa “Boca de Brasa Apresenta”, realizada pela Prefeitura de Salvador através da FGM, órgão vinculado à Secretaria Municipal de Cultura e Turismo da cidade de Salvador (Secult).

A atividade é voltada ao estímulo de novos comediantes do território da Cidade Baixa, com ações formativas e participação dos inscritos no festival, ao lado de comediantes já conhecidos do público. O evento acontecerá no Espaço Boca de Brasa Sesi Casa Branca, com início no dia 8 de abril. A aula inaugural será com Alan Miranda, comediante consagrado na capital baiana, e convidados.

A capacitação será dividida em dois momentos: formativo, com aulas acontecendo uma vez por semana, em todos os sábados do mês de abril (dias 8,15, 22 e 29), em modalidade presencial, das 14h às 18h e com duração de quatro horas cada. A carga horária é de 16h e o certificado será concedido para alunos com 75% ou mais de presença.

A grade contará com aulas de teatro, expressividade e dramaturgia, onde serão apresentados a história e as regras do estilo de stand up comedy, além de noções de empreendedorismo para a criação e manutenção de grupos de clube de comédia. Ainda serão abordados modelos de montagem de eventos em ambientes pequenos, escolha de possíveis locações na região e formas de abordagem na relação com parceiros comerciais.

Por fim, o curso oferece aulas teóricas expositivas com exibição de vídeos para debates, atividades de reflexão e estímulo à produção autoral para a construção dos números artísticos dos alunos. Ao fim deste período, será iniciado o segundo momento, em maio, onde acontecerão apresentações dos alunos em todos os sábados do mês, onde os mesmos irão apresentar os números construídos ao longo da oficina.

Para Alan Miranda, que é ator, roteirista, bacharel em Direção Teatral e mestrando em Dramaturgia, História e Teorias do Teatro pela Universidade Federal da Bahia (Ufba), o projeto promete levar mudança para o cenário da comédia na região da Cidade Baixa. “A ideia é que, ao final deste produto, a gente tenha um grupo razoável de moradores e moradoras da Cidade Baixa que tenham uma formação inicial no stand up comedy e passem a produzi-lo aqui na região, já que o estilo tem crescido muito na cidade. Temos, inclusive, alguns expoentes daqui da região, como Raoni Beta, Samuel Belmonte e Marcos Musse", relata.

Miranda também ressalta a satisfação de participar da iniciativa. “A gente sempre quer muito que a área cresça. O stand up comedy é muito inclusivo e faz com que o evento possa acontecer em vários lugares, não apenas no teatro. O stand up é prático, precisando apenas de um microfone e de uma caixa de som, e isso faz com que ele tenha um consumo muito rápido, facilitando para artistas da periferia conseguirem ter entrada e ascensão muito mais rápidas”, avalia.

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O aniversário de 474 anos de Salvador também será comemorado no ar. Isso porque um balão plotado com o tema do Festival da Cidade estará ancorado na Praça Cairu, entre a sexta-feira (24) e o domingo (26), das 15h às 19h. Em voo cativo, o balão ficará ancorado ao chão, preso por cordas, subindo em torno de 50 metros, permanecendo um tempo no ar e descendo no mesmo local.

Um símbolo de liberdade, muitas vezes até de romantismo e aventura, o balão poderá ser fotografado de perto e seus voos apreciados de baixo por qualquer pessoa. Já do alto, três públicos terão a oportunidade de conferir a vista da Baía de Todos-os-Santos, assim como das diversas edificações de nosso patrimônio histórico, a exemplo do Forte de São Marcelo, Elevador Lacerda, Museu da Música e Palácio Rio Branco.

Esse momento único e exclusivo será vivenciado por 60 "margaridas", como são chamadas carinhosamente as mulheres que atuam no serviço de varrição na cidade. Elas foram escolhidas em homenagem a todas as mulheres da capital, por meio das agentes que trabalham na limpeza urbana de Salvador.

Também serão levadas 45 pessoas com deficiência auditiva que participam de duas entidades que tem como público pessoas surdas e que estão vinculadas à gestão municipal, o Centro de Surdos da Bahia e da Associação Educacional Sons do Silêncio.

Além disso, o convite para esse momento de contemplação se estenderá para homens e mulheres que frequentam o Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro POP) e das Unidades de Acolhimento Institucional administrados pela Prefeitura.

"Essa é uma ação de simbologia única, de caráter beneficente, que estará no céu da cidade ao longo desses três dias e poderá ser fotografado e acompanhado por todos também. É uma oportunidade de agradecer e celebrar esse momento importante que vive nossa cidade e que se soma às grandes entregas e início de importantes projetos anunciados neste período, além de uma farta programação cultural espalhada por toda cidade", destaca o presidente da Empresa Salvador Turismo (Saltur), Isaac Edington.

A iniciativa tem apoio da Prefeitura de Salvador por meio da Empresa de Limpeza Urbana de Salvador (Limpurb), da Secretaria Municipal de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre), da Saltur e da empresa Moura Dubeux, em parceria com a Confederação Brasileira de Balonismo.

Demais atrações – O Festival da Cidade teve início no dia 15 e segue até o dia 2 de abril com dezenas de ações ligadas à cultura, literatura, teatro, música, lazer e muito mais. Confira programação completa emwww.festivaldacidade.salvador.ba.gov. br .

 

Texto: Ascom/Saltur

 

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