Cultura

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O Movimento Boca de Brasa chega ao ano de 2024 com dois focos: a inauguração de novos polos criativos, bem como o início das atividades nesses locais, e o lançamento do programa de Aceleração de Iniciativas Culturais e Criativas, contribuindo para o desenvolvimento e consolidação de iniciativas artístico-culturais que já passaram por edições anteriores do programa.

Os Polos Criativos Boca de Brasa são espaços territoriais, administrados pela Fundação Gregório de Mattos (FGM), em parceria com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Emprego e Renda (Semdec), que oferecem uma variedade de atividades formativas, de produção, articulação, difusão, circulação e fruição artística e cultural.

“A gente está com uma expectativa muito positiva, porque esse ano é um ano muito especial no qual estaremos começando a operacionalizar mais cinco Bocas de Brasa. Tivemos a inauguração esta semana do Gantois e na próxima semana a inauguração do Malê”, contou Fernando Guerreiro, presidente da FGM.

Este mês, dois pólos estão sendo inaugurados e outros quatro devem ser inaugurados ainda este ano em diferentes pontos de Salvador, fomentando a realização de atividades artísticas e culturais na cidade. No último dia 2, a Escola Boca de Brasa ICEAFRO Polo Barra-Pituba foi inaugurada no Centro Cultural Mãe Carmen de Gantois, no bairro da Federação.

O evento de inauguração contou com a presença do presidente Fernando Guerreiro, da coordenadora-geral da Escola Criativa Boca de Brasa ICEAFRO, Fabíola Aquino, e de arte-educadores e músicos, que se apresentaram no local. Na ocasião, Val Soriano, atriz baiana que faz parte do elenco de “No Rancho Fundo”, próxima novela a ser exibida no horário das 18h na Rede Globo, também esteve presente e revelou ser fruto das ações do então projeto Boca de Brasa, em 1980. Ela é a diretora artística da iniciativa no Gantois.

Na próxima terça-feira (16), às 15h, será inaugurada a Escola Criativa Boca de Brasa ICEAFRO Polo Itapuã, na sede do bloco afro Malê Debalê do bairro. A inauguração terá a apresentação de Dança Afro do Rei e Rainha do Malezinho, Kailla Louise e Ivan Lucas Cardoso, além da participação do grupo de dança Malê Transição, apresentação de Naira Da Hora, atriz do Bando de Teatro Olodum, e encerramento com o DJ Branco.

“A escola criativa do Malê é um espaço muito importante, porque abrange toda a região de Itapuã, Mussurunga, Abaeté, Stella Maris e Alto do Coqueirinho e é dentro de uma sede de um bloco afro, o que tem uma importância identitária muito grande, pois nós temos esse projeto de transformar essas sedes desses blocos, que são espaços maravilhosos, em Bocas de Brasa, ampliando a potência. Os blocos acabam desenvolvendo um trabalho o ano inteiro muito ligado ao social e ao cultural”, opina Guerreiro.

As atividades artísticas e culturais do polo Barra-Pituba já estão com cronograma definido e algumas já tiveram início. No local, haverá formações em audiovisual e fotografia, gastronomia, música percussiva, sonorização e contrarregragem. Os cursos oferecidos são destinados a jovens e adultos interessados no campo da cultura e da economia criativa.

Até o final do ano, estão previstas as inaugurações dos polos na Escola Municipal Clériston Andrade, em São Marcos; na Escola Municipal Nossa Senhora dos Anjos, em Brotas; na Organização de Auxílio Fraterno, na Liberdade, e na Fábrica Cultural, na Ribeira.

Programa de aceleração – Até o próximo domingo (14), estão abertas as inscrições para iniciativas artístico-culturais, individuais ou coletivas, que já tenham participado de atividades formativas oferecidas pelo Boca de Brasa entre os anos de 2013 e 2023 e que sejam vinculadas às regiões de Cajazeiras, Centro/Brotas, Cidade Baixa, Subúrbio/Ilhas e Valéria. A seleção faz parte do Programa de Aceleração de Iniciativas Culturais e Criativas, segunda frente do Programa Boca de Brasa, com foco no estímulo e no fortalecimento das artes e da cultura nas suas diversas formas de expressão.

Além disso, o Programa de Aceleração Boca de Brasa visa promover o fortalecimento de vínculos com os territórios de origem das propostas, selecionando propostas que contem com a participação de moradores desses locais, seja como agentes, público-alvo, temática abordada ou pela realização das atividades.

Quinze propostas selecionadas irão cumprir um percurso de capacitação de maio a dezembro de 2024, recebendo um total de R$ 30 mil para custeio de participação e execução de seus planos, contabilizando um investimento público direto total de R$450 mil. O programa envolve atividades de diagnóstico, planejamento, capacitações, mentorias e apresentações das propostas contempladas.

O objetivo é capacitar as iniciativas artístico-culturais selecionadas, auxiliando na identificação de suas características, nos modos de atuação, fragilidades e potencialidades, para elaborar, colaborativamente, caminhos para oportunidades, parcerias e estratégias de sustentabilidade.

Cada iniciativa selecionada receberá uma Bolsa Estímulo no valor de R$ 10 mil, para custear despesas relacionadas à participação de seus integrantes nas atividades do programa, bem como um Capital Semente, no valor de R$ 20 mil, para a execução do plano de ação a ser desenvolvido durante o processo. Para o recebimento do capital semente, será necessário cumprir com assiduidade e comprometimento as demandas de trabalho do Programa, numa dedicação média de 20 horas semanais.

A Associação Conexões Criativas foi a Organização da Sociedade Civil selecionada pelo edital Polos Criativos Boca de Brasa para realizar o Programa de Aceleração de Iniciativas Culturais e Criativas deste ano, em parceria com a FGM e a Semdec.

Reportagem: Priscila Machado / Secom PMS

 

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Até o próximo domingo (14), estão abertas as inscrições para o Programa Boca de Brasa de Aceleração de Iniciativas Culturais e Criativas, com foco no estímulo e no fortalecimento das artes e da cultura em bairros da periferia de Salvador. A iniciativa é coordenada pela Fundação Gregório de Mattos (FGM) e vai selecionar iniciativas artístico-culturais, individuais ou coletivas, que já tenham participado de atividades formativas oferecidas pelo Boca de Brasa entre os anos de 2013 e 2023 e que sejam vinculadas às regiões de Cajazeiras, Centro/Brotas, Cidade Baixa, Subúrbio/Ilhas e Valéria.

Ao todo, 15 propostas serão selecionadas e irão cumprir um percurso de capacitação de maio a dezembro de 2024, recebendo um total de R$ 30 mil para custeio de participação e execução de seus planos, contabilizando um investimento público direto total de R$ 450 mil.

Cada iniciativa selecionada receberá uma Bolsa Estímulo no valor de R$ 10 mil, para custear despesas relacionadas à participação de seus integrantes nas atividades do programa, bem como um Capital Semente, no valor de R$ 20 mil, para a execução do plano de ação a ser desenvolvido durante o processo. Para o recebimento do capital semente, será necessário cumprir com assiduidade e comprometimento as demandas de trabalho do Programa, numa dedicação média de 20 horas semanais.

O objetivo é capacitar as iniciativas artístico-culturais selecionadas, auxiliando na identificação de suas características, nos modos de atuação, fragilidades e potencialidades, para elaborar, colaborativamente, caminhos para oportunidades, parcerias e estratégias de sustentabilidade. O programa envolve a realização de atividades de diagnóstico, planejamento, capacitações, mentorias e apresentações das propostas contempladas.

Edital - A Associação Conexões Criativas foi a organização selecionada pelo edital 006/2023 – Polos Criativos Boca de Brasa para realizar o programa de aceleração, em parceria com a FGM e a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Emprego e Renda (Semdec). Além de atuar no desenvolvimento das iniciativas, o programa visa fortalecer os vínculos com os territórios de origem das propostas, por meio da participação de moradores desses locais, seja como agentes, público-alvo ou temática abordada.

Reportagem: Priscila Machado / Secom PMS 

 

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Carlinhos Brown, Seu Jorge, Psirico, Magary Lord e Banda Mel estão entre as atrações que encerram neste fim de semana a programação do Festival Viva Salvador, em comemoração aos 475 anos da cidade. Os shows gratuitos estão programados para acontecer nos dias 5, 6 e 7 de abril, nos bairros Comércio, Cajazeiras e Itaigara.

Na sexta-feira (5), a partir das 18h, Magary Lord e Psirico agitam o público com hits da carreira em Cajazeiras. Márcio Vitor, vocalista da banda Psirico, revelou que um dos seus sonhos era cantar em cima de um trio e fazer um arrastão em Cajazeiras.

“É um lugar que amo tanto, um bairro que reúne famílias de todas as comunidades ali por perto como se fosse uma cidade. Estamos preparando um repertório especial para esse povo, que tanto me apoia, que me defende em tudo. Espero a presença de todos, vão de branco, porque é na sexta-feira!”, convida o cantor.

Ainda na sexta, no Largo do Pelourinho, o espetáculo de rua Aláfia exibe o musical itinerante "A Cidade da Bahia é Nossa!" em comemoração aos dez anos de existência. A apresentação acontece a partir das 19h, com saída do Largo do Pelourinho até o Terreiro de Jesus.

Salvador Capital Afro – Já no sábado (7), a partir das 16h, a Praça Maria Felipa no Comércio será o palco da apresentação Salvador Capital Afro, montada em celebração à cultura negra e conduzida pelos shows dos anfitriões Carlinhos Brown e Larissa Luz. O repertório promete ir de Gilberto Gil a Raul Seixas, passando por BaianaSystem e Gal Costa. Além deles, a escola de samba Unidos da Viradouro, tricampeã do carnaval carioca, vai fazer uma apresentação destacando a abertura de Salvador para a cultura do Brasil e a simbologia das trocas inter-regionais do Brasil.

O espetáculo conta com a direção musical de Thiago Pugas e a direção artística de Gil Alves, contando com participações especiais de Seu Jorge, interpretando compositores de Salvador num capítulo que fala sobre a relação da cidade com a escrita que vai para o Brasil; a Banda Didá, que vai exaltar o samba-reggae e os blocos afros; e Luedji Luna, fazendo uma homenagem à força feminina da cidade.

Luedji Luna compartilhou sua felicidade ao dividir o palco novamente com a conterrânea Larissa Luz e a oportunidade de cantar ao lado de Brown e Seu Jorge pela primeira vez. “Para mim é uma satisfação imensa cantar mais uma vez no aniversário da minha cidade. Espero que isso se torne uma tradição. Amo cantar na minha terra, principalmente em um evento como o Festival Viva Salvador. Estou muito feliz, muito contente, muito honrada”, exalta a artista.

Parque da Cidade – Também no sábado (6), no Parque da Cidade (Itaigara), a partir das 9h, acontece a Exposição de Carros Antigos com a presença do Rixô Elétrico, de Fred Menendez. No domingo (8), a partir de 12h, a Banda Mel celebra os 40 anos de trajetória com um supershow, encerrando o Viva Salvador. A apresentação é a estreia da turnê comemorativa e o primeiro do grupo após anunciar o retorno dos vocalistas Márcia Short e Robson Morais.

“Fizemos um carnaval memorável, o pontapé para as celebrações das quatro décadas de história desse grupo tão importante para a memória musical do Brasil. Estamos retomando com total vitalidade, ouvindo compositores e preparando canções inéditas que certamente vão honrar a história do nosso repertório e enriquecer ainda mais a música baiana”, ressalta Robson.

Reportagem: Iann Jeliel/Secom PMS

 

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A Bienal do Livro Bahia retorna entre os próximos dias 26 de abril a 1º de maio, no Centro de Convenções de Salvador, na Boca do Rio, reunindo 170 convidados do mercado editorial. O evento, correalizado pela Prefeitura, terá como tema nesta edição “As Histórias que a Bahia Conta”.

Personalidades e artistas estarão presentes na ocasião, produzindo mais de 100 horas de conteúdo para todos os públicos, em três diferentes espaços da programação cultural oficial: Café Literário, Arena Jovem e Espaço Infantil. Na edição anterior, realizada em 2022, o evento alcançou a marca de 90 mil visitantes, sendo 20 mil pessoas em um único dia.

Entre os convidados estão autores internacionais, como o iraniano-americano Abdi Nazemian, autor dos livros “Tipo uma história de amor” e “O legado de Chandler”, e Scholastique Mukasonga, sobrevivente dos massacres de Ruanda ocorridos na década de 1990 e autora de “Nossa Senhora do Nilo” e “A Mulher de Pés Descalços”. Alguns dos principais expoentes da literatura brasileira contemporânea também fazem parte da programação, dentre eles estão Itamar Vieira Jr., Pedro Rhuas, Paula Pimenta, Socorro Acioli e Thalita Rebouças; além de celebridades como Daniela Mercury, Bruna Lombardi e Zélia Duncan.

Os ingressos para o evento já podem ser adquiridos no site oficial do evento (https://bienaldolivrobahia.com.br/). A entrada custa R$30 (inteira) e R$15 (meia). Durante os dias da Bienal haverá também bilheteria física no próprio espaço do evento.

A diretora Tatiana Zaccaro, da GL Events Exhibitions, empresa que administra o Centro de Convenções, afirma que a Bienal do Livro Bahia se consagra como um espaço de celebração da representatividade. “Isso faz com que a Bienal Bahia seja um evento de grande importância para o fomento da cultura de um estado que é tão importante para o Brasil, assim como uma oportunidade para aproximar os leitores do universo dos livros. Ela nos apresentará uma programação bastante diversa, rica, plural e propositiva de novas ideias, como é a própria Bahia. É um evento com identidade e personalidade próprias, que cresce cada vez mais", detalhou.

Mais de 200 marcas expositoras já estão confirmadas, inclusive as quatro principais editoras do país: Companhia das Letras, HarperCollins Brasil, Rocco e Globo Livros, que levarão para os estandes seus principais títulos, lançamentos e ações especialmente pensadas para o público baiano.

Participação da FGM – Nesta edição, o projeto Caminhos da Leitura, da Fundação Gregório de Mattos (FGM), também retorna à Bienal. A programação da FGM, por meio do projeto, é dedicada ao público infantil e terá contação de histórias, apresentações e diversas atividades.

No primeiro dia (26/4), às 12h30, o projeto apresenta Boca de Cena - História de Raíz, com contações de histórias tradicionais. No dia seguinte (27/4), às 12h, é a vez contação do livro Poesia para Bebês, de Denise Bela. Já no domingo (28/4), às 12h, o projeto apresenta o espetáculo Eu vim da Bahia Mirim, do Grupo Currupio.

Na segunda-feira (29/4), às 16h30, o Caminhos da Leitura traz para o público Mini Recital Maria Felipa | Bonde da Calu. Na terça-feira (30/4), às 13h, será apresentado “As Aventuras e travessuras no 2 de Julho”, com o Palhaço Tizu. Para encerrar a Bienal de 2024, no dia 1º de maio, às 13h, a FGM apresenta o Biblioterapia.

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A Escola de Samba Unidos do Viradouro, tricampeã do Carnaval carioca, se apresenta em Salvador no dia 6 de abril, em homenagem aos 475 anos da capital baiana. Integrantes da agremiação vão participar do show de encerramento do Festival Viva Salvador 2024, que acontecerá na Praça Maria Felipa, no Comércio. O espetáculo especial, montado para celebrar o aniversário da cidade, terá como anfitriões os artistas Larissa Luz e Carlinhos Brown e terá ainda participações de Seu Jorge, Luedji Luna e Banda Didá.

A Unidos do Viradouro é a atual campeã carioca, título conquistado levando ao sambódromo o enredo “Arroboboi, Dangbé”, que fala sobre o culto ao vodum serpente. A comissão de frente da escola é liderada por Priscilla Mota e Rodrigo Negri e foi um dos grandes destaques do desfile, garantindo uma abertura impactante da Vermelho e Branco. Na Avenida, a aparição de uma serpente rastejando pela pista e a finalização da apresentação com um grande arco-íris impactaram a Sapucaí. Um dos elementos do desfile que fará parte da apresentação em Salvador será a mesma Serpente usada no desfile.

Outro ponto forte da Escola, esse ano, foi a bateria, chamada de Furacão Vermelho e Branco, comandada por mestre Ciça. Os ritmistas levantaram o público com um show de ritmo e paradinhas que faziam alusão aos toques do Candomblé Jeje. O desfile idealizado pelo carnavalesco Tarcísio Zanon obteve 270 pontos e garantiu a terceira conquista da escola de Niterói no Carnaval carioca.

A Viradouro também foi vitoriosa nos desfiles de 1997, com o enredo "Trevas! Luz! A explosão do universo", e 2020, onde a Bahia foi inspiração para a agremiação contar a história das Ganhadeiras de Itapuã com o enredo "Viradouro de alma lavada". Lideradas por Maria de Xindó, o grupo Ganhadeiras de Itapuã esteve presente no desfile campeão do Carnaval 2020, estreitando ainda mais a relação entre a escola de samba carioca e a cultura baiana.

 

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Com a proximidade dos festejos da Semana Santa, o movimento começa a aumentar nas feiras e mercados municipais devido à procura pelos ingredientes típicos para o preparo das comidas, a exemplo de leite de coco, azeite de dendê, quiabo e peixes. Nesta quarta-feira (27), no Núcleo de Abastecimento e Serviços (Nacs) de Itapuã, na Avenida Dorival Caymmi, o movimento tinha “engarrafamento de gente” entre os boxes.

Feirante há mais de uma década, Lucia Vilas Boas está confiante nas vendas. “Já tem uma boa saída de camarão seco, azeite, leite de coco e os peixes secos que eu vendo: miraguaia, bacalhau e bagre”.

Ela também elogiou a iniciativa da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop), gestora das feiras e mercados, na entrega de aventais aos permissionários. “Gostei da novidade, achei interessante com certeza, é sinal que eles se importam com o mercado, sou muito grata”.

Com o box cheio, a vendedora de peixes e mariscos Joanice de Jesus Santos era só sorrisos. “O movimento está maravilhoso, ótimo. A procura tem sido grande, muita saída de pescada amarela, camarão e corvina. Não subi muito o preço, tentei manter para garantir o almoço dos clientes”.

Com sua banca de frutas e verduras bem diversa, Luzineide Santos também comemorava o fluxo no mercado. “Hoje está melhor, graças a Deus, a tendência é aumentar mais o movimento com os clientes de última hora. Tenho vendido muito azeite, quiabo, castanha, ingredientes típicos da comida baiana. Hoje e amanhã temos horário estendido, aí a galera vem, com certeza”.

A gastrônoma Nai Virgens, de 33 anos, sempre compra produtos no Nacs de Itapuã. “Já garanti aqui os produtos para a Semana Santa e eu gosto da qualidade da feira. Toda sexta-feira eu estou aqui comprando frutas, verduras, e mariscos também”.

Para a Semana Santa, a Semop ampliou o horário de funcionamento das feiras e mercados municipais. Além do Viradão do Mercado do Peixe (Água de Meninos), que abrirá às 3h da quinta-feira (28) e manterá o expediente até as 14h da Sexta-feira Santa (29), o Nacs Itapuã e os mercados de Itapuã e Periperi funcionam das 6h às 18h, na quinta-feira, e das 6h às 13h, na sexta-feira. Já na Feira do Japão (Liberdade), o horário fica a cargo dos permissionários.

Reportagem: Ana Virginia Vilalva/Secom PMS

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Salvador, ainda no processo de formação como primeira capital do Brasil, avançou sobre o mar da Baía de Todos-os-Santos – chamado de Kirimurê pelos índios tupinambás, habitantes da localidade antes da chegada dos portugueses – e ampliou sem precedentes o território natural que até então existia após uma série de aterros ocorridos no que hoje é o bairro do Comércio. Pode até não parecer, mas percorrer essa mesma área no século XVI era inviável a pé.

Isso porque, no início, praticamente tudo era água. Apenas uma modesta faixa de terra seguia paralelamente à encosta que divide as Cidades Alta e Baixa, denominado de Bairro da Praia. Se o nível superior viria a abrigar o centro administrativo, religioso e habitacional, o inferior seria o local ideal para construção de um porto. As instalações serviriam para que os portugueses mantivessem tanto fluxo de viagens com Lisboa quanto posteriormente para o tráfico de escravizados trazidos da África, além de dar suporte à chegada de mercadorias e manutenção de embarcações.

“O Bairro da Praia era muito estreito. Mas, desde o início, os comerciantes perceberam que era interessante ocupar esse território ao mar. Portanto, começa ainda no século XVI, nos primeiros 80 anos de ocupação da cidade, a ter pequenos aterros para abrigar trapiches e armazéns com atracadouros, onde os barcos paravam e descarregavam mercadorias”, explica Nivaldo Andrade, doutor em Arquitetura e Urbanismo e curador de uma mostra sobre o assunto na Casa das Histórias de Salvador.

A primeira ocupação no local corresponde atualmente ao trecho da Conceição da Praia, com a construção da alfândega, armazéns e ferrarias, além de oficinas para a construção de navios, que se constituiria em importante atividade nesta área durante alguns séculos.

Ali também seriam erguidos em sequência a ermida de Nossa Senhora da Conceição da Praia e dois baluartes para defesa da parte baixa da cidade: um no local onde hoje é o 2º Distrito Naval e outro ao pé da Ladeira da Preguiça, o que demonstrava a preocupação com a segurança mesmo antes da ocupação do território de fato.

Na tese de mestrado em Ciências Sociais, de 1988, o arquiteto Marcus Paraguassu propõe a existência de oito ciclos de avanços de terra sobre o mar da Baía de Todos-os-Santos a partir de 1550 - ano seguinte à fundação de Salvador pelo governador-geral Tomé de Sousa – até 1920, que provocaram sucessivas transformações urbanas no lugar que se tornaria o principal centro econômico.

Os primeiros aterros eram privados e visavam a exploração comercial. Contudo, até o século XIX, o porto da cidade não era organizado, mesmo sendo o mais importante do Atlântico Sul no mundo.

Primeiras soluções de mobilidade

Com o início da ocupação do Bairro da Praia, um dos problemas era encontrar meios que pudessem viabilizar o deslocamento da população e o vai e vem de mercadorias entre as Cidades Alta e Baixa, que são separadas por uma falha geológica de aproximadamente 60 metros de altura.

Neste cenário, a solução pensada e executada de forma imediata envolveu a construção de três ladeiras: as da Conceição, Preguiça e Misericórdia. Ao completar um século de sua fundação, em 1649, a primeira capital do Brasil já contava com algumas outras ligações, como a Ladeira do Taboão.

Além da abertura desses caminhos, novas ideias surgiram para viabilizar o transporte de carregamentos entre o porto (Cidade Baixa) e a sede administrativa (Cidade Alta) com a construção dos primeiros ascensores, conhecidos como guindastes e que eram, na verdade, planos inclinados administrados por religiosos de diversas ordens. Um dos principais equipamentos a entrar em funcionamento foi o Guindaste dos Padres, da Companhia de Jesus, por volta de 1610, que ficava na atual área do Plano Inclinado Gonçalves.

Outros guindastes viriam a surgir durante o período colonial e império, com os beneditinos, carmelitas e dos terésios. No final do século XVII, estima-se que Salvador tinha pelo menos seis ascensores deste tipo em funcionamento.

O Comércio ainda seria modelo para outros aterros que viriam a acontecer ainda na Cidade Baixa - a Península de Itapagipe sofreu intervenções similares e até de maiores proporções. A recém-nascida área de negócios, inclusive, chegou a abrigar mais obras em execução do que a Cidade Alta em alguns momentos, sendo ainda local da vanguarda arquitetônica com construções como a sede da Associação Comercial, no início do século XIX, marco da arquitetura neoclássica; ou o Instituto do Cacau, nos anos 1930, um dos mais importantes exemplares da arquitetura moderna na Bahia.

Território em expansão

A partir do planejamento de expansão de território, o trecho entre as igrejas de Nossa Senhora da Conceição e a do Pilar começou a ser tomado por edificações destinadas ao armazenamento de mercadorias e ao comércio. A ocupação do então Bairro da Praia ampliou-se consideravelmente, mas apenas de forma linear e paralelo à escarpa sem seguir pelo mar afora.

Durante os séculos XVI, XVII e XVIII foram realizados inúmeros pequenos aterros, por ordens religiosas e particulares interessados em ganhar área para armazenagem de mercadorias e, principalmente, pelo poder administrativo local. O ritmo mais acelerado dessas intervenções ocorre somente a partir do século XIX e, principalmente, no século XX, quando o bairro comercial assumiu os contornos atuais a partir de uma iniciativa do poder público.

Diferente do famoso mito grego da Atlântida que foi engolida pelo oceano, o Comércio surgiu sobre o mar da Baía de Todos-os-Santos a partir de diversas intervenções humanas acumuladas durante séculos, em épocas pelas quais as questões ambientais não eram tão levadas tão a sério quanto hoje. Embora Salvador tenha deixado de ser capital do Brasil a partir de 1763 - posto assumido pelo Rio de Janeiro -, a cidade ainda mantinha posição privilegiada no país em relação às atividades de importação e exportação.

Entre 1810 e 1822, o governador D. Marcos Noronha e Brito, o 8º Conde dos Arcos, considerou indispensável melhorar as condições do porto, cujo terreno àquela altura tinha extensão entre a Alfândega (atual área do Mercado Modelo) até a Associação Comercial. A ideia era construir de forma mais adequada um cais de atracação, com uma ampla rua à sua margem, repleta de edifícios que tivessem grandes gabaritos e que se destacassem pela qualidade de sua construção e arquitetura. Isso serviria de cartão de visita a quem chegasse a Salvador.

“No final do século XIX, o porto ainda era extremamente fragmentado, formado por uma série de cais particulares e com uma linha de costa extremamente irregular. Pelo menos 14 projetos de ampliação foram elaborados sem que nenhum deles viesse a sair do papel ao longo desse período. Em 1891, contudo, o Governo Federal da República recém-instalada autoriza a construção de docas no porto de Salvador, bem como a construção de um imenso aterro que faria surgir sobre o mar uma área quase três vezes maior que o bairro até então existente”, acrescenta Andrade.

O feito teria como protagonista o político baiano Joaquim José Seabra. Ele ocupou o Ministério do Interior e da Justiça (1902-1906, na presidência de Rodrigues Alves) e o Ministério da Viação e Obras Públicas (1910-1912, na presidência do Marechal Hermes da Fonseca), além de assumir o Governo do Estado da Bahia em duas gestões (1912-1916 e 1920-1924).

O grande aterro

Sob a batuta de Seabra, a partir de 1906, teve início o processo de maior aterro sobre a baía, saindo mais ou menos do limite onde fica hoje a Rua Miguel Calmon até o atual Porto de Salvador, na Avenida da França. A ampliação deu origem ao parque das nações - daí o porquê o nome das novas vias construídas à época terem nomes de países.

A partir da década de 1920, a região ganhou seu maior aterro, muito superior a todos os anteriores, o que rompeu com a dinâmica próxima do mar e inseriu nova tipologia arquitetônica ao Comércio. O próprio aspecto urbano do bairro é uma prova disso.

Na área que foi aterrada a partir do governo Seabra dá para notar prédios mais modernos, a exemplo do Instituto do Cacau e do edifício dos Correios. As ruas também são mais largas e retas em comparação às que ficam próximas à encosta que abriga o Elevador Lacerda - estas mais estreitas e tortuosas.

Em 2009, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) aprovou o tombamento de parte da área do Comércio a fim de possibilitar que sejam preservadas características importantes. O polígono de proteção do conjunto arquitetônico, urbanístico e paisagístico vai desde o quebra-mar da Capitania dos Portos até a região do Pilar, passando pelo Mercado Modelo e Cais do Ouro, limitando-se entre a Rua Miguel Calmon, Avenida Jequitaia e a encosta que separa a Cidade Baixa da Cidade Alta.

O Comércio foi o primeiro bairro de negócios organizado do país e teve protagonismo absoluto neste segmento dentro da própria cidade até a década de 1970, quando a capital baiana passou por um processo de descentralização com a criação do Centro Administrativo da Bahia (CAB) e expansão da região do Iguatemi e Avenida Tancredo Neves.

Contudo, ainda nos tempos atuais, o local sintetiza bem a essência de Salvador, misturando ares de modernidade com edifícios que se tornaram marcos da arquitetura moderna, mas também resguardando história, patrimônio e fé, com espaços públicos, monumentos, casarões e igrejas centenárias.

Exposição

A exposição sobre aterros que culminaram na criação do Comércio pode ser encontrada no primeiro andar da Casa das Histórias de Salvador (CHS). Sob a curadoria do arquiteto e urbanista Nivaldo Andrade, a mostra traz textos e fotografias que retratam os avanços do desenvolvimento da cidade sobre as águas de Kirimurê (grande mar interior), nome original da Baía de Todos-os-Santos dado pelos tupinambás antes da chegada dos portugueses.

Do acervo, um dos registros que mais chamam atenção é um mapa bastante didático sobre os oito ciclos de aterros feitos no Comércio com base nos estudos feitos por Marcus Paraguassu. O próprio casarão que abriga o espaço cultural, aliás, entra no contexto das transformações urbanas feitas ao longo desse processo.

"Acho muito importante a CHS ter um espaço para contar a história do bairro no qual ela se encontra, a partir do imóvel que a abriga. Isso traz informações pouco conhecidas - como o fato de que a maior parte do que hoje é o Comércio era mar - para um público amplo”, destaca Nivaldo Andrade.

"Quando construído entre 1860 e 1870, o edifício da Casa das Histórias ficava situado à margem da baía, ao longo do antigo cais. Hoje, pelos sucessivos trechos aterrados, está mais distante das águas, mas ainda assim guarda a memória da metamorfose urbana e do patrimônio cultural do Comércio", acrescenta.

Texto: Thiago Souza / Secom PMS

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Como parte das comemorações do aniversário de Salvador, a Cidade da Música da Bahia realizou o lançamento dos clipes das canções vencedoras do concurso Nova Música da Bahia. O evento, com entrada gratuita, movimentou o espaço cultural localizado no bairro do Comércio.

As três músicas selecionadas foram: “As Flores”, do Grupo Performáticos Quilombo; “Bloco de Notas”, de Riane Mascarenhas; e “Bad Girl”, de Fall Clássico e Bruno Kroz. As produções vencedoras foram gravadas pelo músico e produtor musical Renato Nunes, com tecnologia de ponta. 

O resultado superou as expectativas e dinamizou o estúdio. Diretora executiva da Via Press, empresa responsável pela gestão da Cidade da Música e de outros seis espaços culturais de Salvador, Elaine Hazin disse ter ficado feliz com o resultado. 

“Acho que temos uma potência enorme. Tivemos quase 400 inscrições, a maioria de bandas novas que não são conhecidas, mas que precisavam de espaço para gravar as suas canções, seus videoclipes e para que esse produto também pudesse estar aqui agora dentro do museu. Com isso, a gente renova o acervo e abre espaço para os novos artistas”, afirmou.

Para a gestora, o concurso e lançamento dos clipes integram a missão de democratizar a Cidade da Música, tornando-a um espaço vivo. “Esperamos que este espaço não apenas conte a história da música e de todos os artistas e movimentos culturais que nasceram na Bahia, mas também receba e divulgue a nova geração de artistas e bandas que vivem da música hoje, principalmente na periferia”, acrescentou.

Seleção – O concurso Nova Música da Bahia foi lançado em 2022 e recebeu 390 músicas inscritas que passaram por um cuidadoso processo de curadoria, composta por Jonga Cunha (produtor cultural), Renato Nunes (contrabaixista e produtor musical) e Nairo Elo (baterista e produtor musical). 

Após a seleção das músicas, os artistas iniciaram o trabalho de produção dos videoclipes com a gravação e orientação de Renato Nunes.

“Estamos conseguindo ocupar esse espaço, que é importante para qualquer artista que está fazendo música e trabalhando com arte. O clipe vai ajudar mais ainda a divulgar o nosso trabalho”, contou Fall Clássico, que escreveu "Bad Girl" juntamente com Bruno Kroz.

Conceitos - O clipe de “Bad Girl” une elementos da música jamaicana e baiana, enaltecendo a beleza, independência e força da mulher preta, inspirada pela icônica Rihanna. “O clipe busca exaltar a mulher preta como uma deusa, destacando sua beleza, independência e inteligência. Mostramos uma deusa africana com as suas origens ancestrais, e quando ela entra na Cidade da Música, ela se transforma na deusa do Ilê”, contou Fall.

Também vencedora do concurso,  a canção “Bloco de Notas” tem ritmo de reggae e fala de mulheres que gostam de escrever, de se expressar e colocar para fora o que sentem, mas que muitas vezes não têm coragem de compartilhar essa produção artística com o mundo. 

“Então a música fala desse espaço, que é o bloco de notas do celular ou manual, que a gente tem para escrever as coisas e colocar para fora, mas que muitas vezes, por medo e falta de coragem, não compartilha-se com as pessoas”, revelou a autora Riane Mascarenhas, de 25 anos.

Ela conta que se emocionou muito ao saber que foi uma das vencedoras do concurso e que teria a sua obra lançada: “Foi o primeiro concurso em que eu participei e ganhei para algo que é muito importante para mim. Foi a primeira notícia de que eu teria uma música minha lançada e gravada, com o apoio de pessoas experientes. A minha primeira reação foi chorar de emoção e ligar para os meus familiares para compartilhar essa vitória, que não é só minha, mas também de todos que me acompanham”.

Representante do grupo Performáticos Quilombo, Antônio Soares conta que a música “As Flores” surgiu de um esboço sobre a força da natureza e dos orixás. “A música fala de Nanã e de Oxóssi, integrando um compromisso que temos de denunciar o racismo e combater a intolerância religiosa”.

Ter ganhado o concurso, para ele, foi um grande presente: “Ganhamos um fonograma e um clipe de qualidade. Manter uma produção com todo esse cuidado é difícil. Para mim, o concurso representa acolhimento e agrega artistas que vivem à margem da mídia. Se você reparar, as pessoas contempladas foram pretas e periféricas. Isso quer dizer que nós temos uma coisa grandiosa de música e de arte”, opinou.

Reportagem: Priscila Machado/ Secom PMS

 

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O Movimento Boca de Brasa promoveu nesta sexta-feira (22) o painel “O Mundo é um Grande Gueto – Periferias e Conexões”, mediado pela vice-prefeita e secretária da Saúde, Ana Paula Matos, com participação do rapper MV Bill, a empresária Potyra Lavor, fundadora e CEO da IDW Company, e o coreógrafo e artivista Elivan Nascimento.

O evento cultural chega à sua sétima edição com nova roupagem para enaltecer a Potência da Periferia. Desde a quinta-feira (21) até o sábado (23), o Quarteirão das Artes da Fundação Gregório de Mattos, no Centro Histórico de Salvador, recebe uma série de iniciativas com o objetivo de fomentar a cultura no município.

O rapper MV Bill afirmou que essa discussão é de suma importância porque põe a periferia no foco principal, mas sem ter uma situação de violência para que isso aconteça. “Acho que dar visibilidade às coisas boas, legais e culturais que estão sendo feitas na periferia é importante. Estou feliz de estar fazendo parte deste movimento local, e que os artistas são todos daqui, que às vezes não têm oportunidade de estar em outro lugar. Quem se apresenta aqui dá tudo de si porque é uma grande oportunidade”, disse.

Ele lembra que esse tipo de discussão é amplo e abre um leque para muitos debates. “Podemos falar de cultura, arte, dentro da periferia, mas a gente pode chegar ao racismo, violência, política, oportunidades, uma gama de assuntos quando falamos de periferia e a periferia com suas peculiaridades e semelhanças. A cultura, o esporte, a arte são coisas importantes, a gente nunca pode deixar a educação fora desse bojo que leva para a transformação. O interesse pela educação aumenta a partir dessa e outras coisas. Tudo isso caminhando junto a gente potencializa de verdade”, frisou.

Ana Paula Matos pontuou a abrangência do movimento. “Essa é uma potência, estamos falando de um movimento e de conexões, da periferia para o mundo. São pessoas que têm história, que não têm só discurso, mas prática de construção social, de conexões nacionais e internacionais. É muito importante quando alguém numa plateia se sente parte. E que eles, e elas podem contar e construir outras histórias. Que esse movimento se potencialize mais e mais”, afirmou a vice-prefeita.

A publicitária Potyra Lavor ressalta a importância do movimento. “Eu estou muito feliz com o que a gente está vendo do Boca de Brasa. O movimento é dinâmico e o que as periferias produzem e estão produzindo precisam ter visibilidade e serem alavancados, não só pela iniciativa pública, mas também privada. Acho que a cultura do Brasil, quiçá do mundo, são movidas pelas periferias. A partir do momento que o mercado entender isso, construindo coletivamente, acho que a gente coloca a Bahia, Salvador, o Brasil em outro patamar”, afirmou.

Potyra conta que a expectativa é que do painel saiam ideias para serem colocadas em prática. “Os participantes dispensam apresentações. Temos pessoas potentes no painel e estar mais próximo, entendendo nosso lugar como ponte, é o que faz a mudança. Temos duas forças: a da periferia e esse entendimento de que tudo que é produzido é global. Cada vez mais rompe barreiras, territórios e Salvador mostra isso. Falta ao mercado brasileiro ver o que as pessoas lá fora estão vendo”.

Potência da periferia - O presidente da FGM, Fernando Guerreiro, ressalta que o movimento Boca de Brasa tem a proposta de pensar a cidade a partir da periferia. “Um amadurecimento do projeto, que deixa de ser apenas artístico, mas conectado com o social e o empreendedorismo. A gente tentou trazer cabeças pensantes dos mais variados temas envolvendo a periferia. Então a gente tem desde empresas até grandes pensadores e pessoas ligadas a grupos e criadores de grupos e coletivos que trabalham a inclusão social. Esse é o grande desafio nosso. É um movimento que não para aqui”, salientou.

Elivan Nascimento disse que a mesa tem uma importância muito grande no sentido da representatividade, de potencializar as artes integradas periféricas. “Eu acredito que ela vem num momento mais coerente e correto possível, para poder a gente dialogar sobre isso e debater as vulnerabilidades e potencialidades que vêm desses lugares, entendendo como esse lugar é diverso, tem pessoas diversas, com opiniões, corpos, existências, então a mesa vem para reafirmar esse lugar”.

Além de compor a mesa, Nascimento é também um dos diretores do Movimento Boca de Brasa. “São muitas cabeças pensantes neste movimento, que veio para dar continuidade a essas corpas, a essas existências, especialmente nos eixos periféricos”.

Programação - Espalhada por diversos locais como o Teatro Gregório de Mattos, Espaço Cultural da Barroquinha, Pátio Iyá Nassô, Espaço Boca de Brasa Centro, Sala Multiuso Nelson Maleiro, Café Nilda Spencer, além do Cine Glauber Rocha e da Ladeira do Couro, a programação do Festival Boca de Brasa está repleta de shows com Àttooxxá, Di Cerqueira, Salutari, Ministereo Público, Sound System, Afrocidade e Quabales convidando Vandal para animar o público.

As atividades gratuitas são uma realização da Prefeitura de Salvador, por meio da Fundação Gregório de Mattos, em parceria com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Emprego e Renda (Semdec).  As inscrições para participar das atividades formativas e dos painéis serão feitas no dia das apresentações através de QR Codes espalhados pelo Quarteirão das Artes. Todos os espaços estão sujeitos a lotação. Confira a programação através do link: https://movimentobocadebrasa.com.br/index.php.

Reportagem: Ana Virgínia Vilalva/ Secom PMS

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